Falando com pais (24/06)

Publicado 24 de junho de 2021

“Uma palavra escrita é a mais fina das relíquias”. Essa citação do escritor estadunidense Henry Thoreau é talvez a mais bela e completa expressão dessa capacidade humana.

A história da escrita remete ao período pré-histórico, quando os homens começaram a desenhar, nas paredes das cavernas, pinturas rupestres que significavam o primórdio da tentativa da comunicação entre os seres humanos. Os primeiros sistemas de escrita de que se tem conhecimento surgiram em períodos distintos, em civilizações diferentes, tais quais as da Mesopotâmia, do Egito, da China e da América Central.

 A evolução da escrita passou por diversas configurações, desde a mudança do instrumento de escrita a até mesmo mudanças ortográficas e gramaticais. Atualmente, passamos por um processo de encurtamento das palavras e de criação de gírias promovido principalmente pela linguagem digital das redes sociais entre os jovens, o famoso internetês.

Essa evolução é natural e continuará ocorrendo. No entanto, sempre é necessária uma ressalva ao local em que a escrita ocorre. A utilização de abreviações, gírias, entre outros, em textos curtos e rápidos em redes sociais, é totalmente aceitável; ao mesmo tempo, a norma culta é exigida em ambientes mais formais, em provas, em concursos e muitas vezes em eventos e situações profissionais.

Dessa forma, é essencial que o estudante não se afaste da norma culta e do hábito de escrever, em especial, a escrita à mão. Um estudo da neurocientista Karin James, da Universidade de Bloomington, nos Estados Unidos, relacionou a importância da escrita à mão com o desenvolvimento e o aprimoramento da coordenação motora fina em crianças. Além desse fato, as crianças que copiaram letras à mão estimularam muito mais áreas do cérebro do que as que digitaram as letras em teclados.

A escrita à mão deve ser exercitada a todo tempo pelos alunos, sejam eles crianças ou adolescentes. A capacidade de aquisição de um dado conhecimento é elevada quando o processo passa pela escrita à mão. Devemos sempre lembrar que a letra também precisa ser legível e isso exige prática regular.

Um outro fator preponderante para estudantes pré-vestibulares é a necessidade da escrita à mão em provas, sejam elas discursivas ou até mesmo de redação. Por mais que o conhecimento sobre o assunto exista, a dificuldade em transcrever o pensamento no papel é um dos fatores que mais atrapalham jovens em provas discursivas dos vestibulares.

Por isso, ressaltamos, é essencial que o hábito de escrever à mão seja mantido. Existem locais e momentos em que a tecnologia será nossa aliada e poderemos usar de linguagens curtas, abreviadas e digitadas. Mas precisamos permanecer sempre atentos aos momentos em que será necessário o uso de uma linguagem ainda formal e até mesmo escrita à mão.

Dessa forma, nos despedimos deste falando com pais hoje. Ou, como os jovens diriam, vlw flw! Blz? Abs e bom fds. Direção e Coordenação