Falando com pais (12/11)
“Vai passar”, “Gratidão”, “Vamos superar” além de frases de conscientização e agradecimentos projetadas em prédios em vários locais do Brasil, sobretudo aos profissionais que estão na linha de frente nesta pandemia – se distribuíram tão rapidamente pelos mais variados meios de comunicação tanto quanto se alastra o próprio coronavírus – como forma de manter a positividade e saúde mental. Certamente, vai passar, assim como acontece com tudo que vivemos. O que é preciso notar, é como nós – humanos – podemos aprender com isso e chegar melhor do que somos do outro lado desta travessia.
Aquelas frases “tudo tem seu lado bom” ou “toda crise é uma oportunidade” surgem muito além de expressões motivacionais neste momento, pois não há melhor situação para buscar sentido nelas do que agora, como também entendimento e aplicação de seus conceitos. Seguramente, estamos vivendo o melhor momento para fortalecermos a solidariedade, o respeito, a empatia além de despertarmos o senso de responsabilidade individual em relação ao coletivo. Afinal, todos estamos enfrentando a mesma tempestade.
O retorno das aulas presenciais nas escolas irá ocorrer. Mais cedo ou mais tarde, voltaremos às salas de aula. Para que essa transição ao “novo normal” seja tranquila, é necessário acima de tudo a comunicação afetiva! Não é apenas o que se fala que devemos nos preocupar, mas sim como se ouve e se fala. É urgente o momento de olharmos pelos olhos dos demais, ou seja, de levarmos em conta a perspectiva do outro, ainda que ela não esteja de acordo com aquilo que pensamos.
No nosso cenário escolar, nós, diretores, coordenadores, professores e colaboradores nos mobilizamos para estar o mais próximo possível dos alunos e pais, oferecendo muito além de informações e orientações educacionais. Em muitas situações, somos a escuta dos sentimentos gerados pela pandemia, a preocupação com a situação financeira, com o aproveitamento educacional dos filhos, a angústia promovida pelos pensamentos disfuncionais e pela sensação de insegurança geradas pela inconstância do momento, a desmotivação por não suportar mais estudar de forma remota. Saibam que nós estamos e permaneceremos aqui para oferecermos uma palavra amiga, um acolhimento, um conforto, um “tudo vai dar certo, conte com a gente”.
Ao voltarmos, a máscara no rosto poderá esconder o sorriso aberto bem como as feições de alegria, mas os nossos olhos ressaltarão os sentimentos, a expressividade, o afeto e a felicidade por retomarmos a nossa rotina escolar. Se não pudermos abraçar, teremos o diálogo, a palavra como forma de reencontro, de acolhimento. Estamos nos preparando para vivermos com muita responsabilidade e segurança esse momento!
Sem minimizar as dores, angústias e, até mesmo, as perdas porque passaram várias pessoas, incluindo alguns de nossos alunos e pais, certamente, quando a pandemia acabar, ou ao menos amenizar, o que permitirá retomar de forma efetiva nossa rotina, seremos pessoas ainda melhores, já que teremos aprendido muitas lições por termos vivido inúmeras experiências até aqui. Se somos capazes de levar amparo e bem-estar por meio de palavras, frases, ou ainda ouvindo as pessoas, somos capazes de mudar o mundo para melhor!