Falando com pais (19/08)
Depois de vinte anos, o grupo radical Talibã assumiu novamente Cabul, a capital do Afeganistão, tomando o poder da nação. Imagens fortes chocaram o mundo, como as pessoas caindo de um avião da força aérea estadunidense que acabara de decolar com refugiados.
Contudo, nada superará o choque cultural e de intolerância que se abaterá sobre a população afegã, em especial, as mulheres. Trata-se de um regime que, quando ocorreu, baseou-se em intolerância em vários setores. O livro “Mulheres de Cabul”, da jornalista e escritora Harriet Logan, traz alguns decretos impostos no governo Talibã durante seu governo entre 1996 e 2001:
As mulheres não devem sair de suas residências. Se o fizerem, não devem usar trajes elegantes, produtos cosméticos ou atrair atenção desnecessária. Caso venham a usar “vestes elegantes, adornadas, apertadas ou atraentes”, jamais conhecerão o paraíso.
Não é permitido às mulheres trabalhar fora do lar ou frequentar escolas.
É proibido rir em público.
E com isso, milhares de mulheres foram impedidas de frequentar escolas, de um dia para o outro. Essas situações de intolerância chocam, causam revolta em nós, que estamos distantes.
A grande questão é: Eu sou uma pessoa tolerante?
Pensemos por um instante em nossa sociedade, nossos hábitos e nossas ações. Quantas vezes nos deparamos com brigas, xingamentos, ofensas no trânsito por motivos banais, coisas pequenas que poderiam ser relevadas, toleradas. Aquele momento em que um simples pedido do filho se torna uma rusga, um atrito ou até mesmo uma briga.
Nós estamos vivendo um ápice de intolerância em nossa cidade, em nosso estado, em nosso país, em nosso belo planeta Terra. Esses cumes resultam em destruição, em guerras, em mortes: tudo o que não precisamos e nem podemos neste momento em que tantas vidas foram ceifadas de nossa convivência pelo COVID.
O que nós, como escola, queremos, é que todos sejam mais tolerantes, que decisões sejam tomadas com calma, sem destempero, com respeito, carinho e amor. E não falamos apenas de grandes decisões, afinal, a mudança começa nos pequenos detalhes.
Nunca me esqueço de uma frase que li, um dia, em uma camiseta:
Inspire, Respire e Não Pire!
Que esta frase possa servir como uma baliza para nossas ações futuras, de modo que possamos um dia alcançar a harmonia de que nossa sociedade tanto precisa.