Falando com pais (30/06)

Publicado 30 de junho de 2021

Lembro-me, ainda criança, de observar todos os dias meu pai lendo o jornal da cidade na cozinha e de me deitar no colo da minha mãe, grávida do meu irmão caçula, para ouvi-la ler histórias. Na infância e adolescência, os livros da coleção Vaga-Lume eram presença constante na cabeceira da minha cama e minhas visitas à Biblioteca Municipal tornavam-se cada vez mais frequentes. Já no Ensino Médio, depois de assistir a uma peça teatral, apaixonei-me por Dom Casmurro, de Machado de Assis, e por poesias.

Enquanto eu crescia e ampliava meu repertório de leitura, meu pai continuava a ler, diariamente, o jornal local e minha mãe permanecia envolvida em suas narrativas.

Hoje sou mãe e, por vezes, assim como grande parte dos pais, queixo-me de que meus filhos poderiam ler mais.

Baseada nessa queixa quase universal poderíamos, neste texto, discutir o porquê dessa pouca leitura e, inclusive, culpar a tecnologia e as redes sociais. Entretanto não é esse o nosso objetivo. Nossa intenção é pensarmos estratégias para que o hábito da leitura seja resgatado em nossas famílias e oferecer algumas dicas para que isso aconteça.

Em primeiro lugar, descubra o seu gênero favorito. Cada um tem um estilo de livro que goste de ler: clássicos, romances, ficção… Talvez você não seja muito chegado em leitura justamente porque ainda não fez essa descoberta.

Outra dica valiosa é não insistir se não estiver gostando. Da mesma forma que paramos de assistir a uma série ou trocamos de música quando não gostamos, não faz sentido insistir numa leitura que não nos cativa. Obviamente, a exceção aqui fica para os livros que são leitura obrigatória para provas e vestibulares. Estes exigem um esforço maior por conta do objetivo final a ser alcançado.

Leitura é treino e fazer com que se torne um hábito exige empenho, dedicação e persistência. Por isso, reserve um tempo diário para leitura. Não é necessário ler um livro inteiro por semana. O importante é ter uma rotina e desligar-se dos smartphones neste momento.

Participar de um Clube do Livro ou ler em família também podem ser boas estratégias, pois além de divertir e informar, aproximam as pessoas e possibilitam o compartilhar de ideias e sentimentos.

Por fim, aos pais fica a dica extraída de um antigo provérbio atribuído a Confúcio: “As palavras ensinam, mas os exemplos arrastam”.