Falando com pais (08/04)
A evolução histórica da sociedade é fator primordial para que seja possível analisar, diagnosticar e atuar na educação. Ao longo dos séculos, a estrutura familiar foi sendo modificada pela influência de fatores externos, primariamente, econômicos. Em especial, podemos analisar o período pós-guerras mundiais, com a massificação da produção que demandou cada vez mais a inserção de mão de obra. Junte-se a isso a participação cada vez mais quantitativa da mulher no mercado de trabalho, promovendo uma alteração significativa no núcleo familiar e, muitas vezes, até na definição familiar.
Feita esta breve análise do contexto histórico, o que se percebe é que essa alteração tem implicações no desenvolvimento educacional das crianças. A análise da obra sociológica de Pierre Bordieu possibilita entender a importância das relações sociais na educação, subjugando termos como dom e mérito pessoal. Ou seja, é primordial a participação da família no desenvolvimento das crianças e dos adolescentes.
Uma mostra desta importância se vê em ações como a do tratamento e do diagnóstico do TDAH na França. Diferentemente de muitos países que seguem a linha americana, com processo mais simplista e de medicalização, os franceses fazem uma análise do contexto social das crianças com sinais de TDAH e agem nos problemas subjacentes, através de psicoterapia e de aconselhamento familiar.
Outro exemplo primordial que temos, neste caso, na educação é nos paradigmas do sistema educacional da Finlândia, que em 2017 promoveu um grande evento com pais e professores para romper a estrutura clássica de professores como provedores de informação e de pais e alunos como ouvintes. Essa reunião foi feita para que os pais entendam e sugiram as mudanças necessárias para preparar a geração para os anos subsequentes.
É extremamente necessária a participação ativa do núcleo familiar na educação, mas esse acompanhamento precisa ser qualitativo. Diariamente, sente-se com o estudante, questione-o sobre como foi seu dia, o que aprendeu na escola, se já fez as tarefas, sempre de modo positivo e, o mais importante, ajude-o caso não tenha conseguido, seja com seu conhecimento ou orientando-o a procurar colegas ou a escola para sanar eventuais dúvidas. É necessário criar no jovem e na criança a autorresponsabilidade. A cobrança precisa existir de forma moderada, pois excessivamente pode desencadear crises de ansiedade que travam a evolução do aluno.
E nesse período que estiver ao lado da criança, afaste-se de celular, de televisão e de outros meios que possam desviar a atenção. Dedique uma parte do seu dia a estar focado nesse diálogo, na compreensão dos dilemas e nas dificuldades pelas quais o ser humano passa em cada momento de sua evolução. Nunca se esqueça de que um dia passou por esses desafios e por essas dificuldades. A participação ativa da família na vida social do estudante afeta sua produção.
O Colégio Esquema Único incentiva os familiares a participarem do processo educacional, pois, através do vínculo aluno-família-escola, atingiremos o máximo desenvolvimento do aluno, tanto no contexto acadêmico, quanto no social.