Falando com pais (17/09)

Publicado 17 de setembro de 2020

A rotina de trabalho e da escola sofreu uma grande mudança desde que passamos a conviver com a Covid 19. De repente, lá estávamos nós em casa, com nossos filhos, precisando trabalhar (em casa ou presencialmente), acompanhando de perto (mais do que nunca) a jornada escolar deles, além das atividades rotineiras da casa. Novas palavras passaram a integrar nosso vocabulário: homeschoolling, home office, plataformas digitais, aulas remotas, etc. Novos comportamentos passaram a fazer parte do dia a dia familiar, entre eles se sentar ao lado dos filhos compartilhando o computador ou o celular – e o tempo!

Quanto às escolas e aos professores repentinamente precisaram se reinventar, aprender e inserir em seu cotidiano a tecnologia, produzindo aulas e conteúdos explicativos associados aos sistemas de ensino para levar aos alunos um ensino que não se distanciasse tanto das vivências de sala de aula – impossível! Mesmo não sendo fácil e nem mesmo o ideal, foi a única opção para que os alunos continuassem a estudar.

Sem contar que ao longo das aulas ministradas pelos professores por meio das plataformas, os pais se depararam com as mais variadas áreas do conhecimento como Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia, Inglês, e, quando não, com uma pergunta ou outra que já não se recordavam mais! E mesmo sem preparo pedagógico, os pais se viram diante de novos desafios: auxiliar os filhos em suas atividades escolares de forma mais direta, acompanhar aulas on-line, participar do cotidiano acadêmico vivenciando junto aos filhos suas dificuldades e angústias de aprendizagem com essa nova metodologia.

Apesar dessa situação trazer alguns conflitos, pelo simples fato de ser uma novidade, muitas coisas boas passaram a acontecer: os pais se aproximaram mais da escola, conheceram mais de perto a equipe pedagógica e os professores, ficaram mais ao lado dos próprios filhos. Neste sentido, afeto foram criados e intensificados, parcerias e relacionamentos se estreitaram. O tempo ganhou outra conotação e alguns pais puderam dividir tarefas diárias com seus filhos, entre elas, cozinhar, arrumar a casa juntos, assistir a filmes, ler livros, conversar com amigos e familiares utilizando a tecnologia, – conviver! Essas experiências talvez tenham sido o maior legado desses tempos!

Dessas vivências todas, ficarão lembranças muito intensas e importantes para as nossas vidas. Não é mais possível seguirmos adiante sem fazermos reflexões que nos levam a pensar sobre nós e nosso relacionamento com o mundo, com o outro e com a gente mesmo. É tempo de repensarmos sobre o ritmo de nossas vidas, de recriarmos afetos, de pensarmos novos caminhos para nós, nossos filhos e o futuro!